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E no fim, a diversão triunfou, um resumo do segundo RPG do ano (ainda escrevo sobre o primeiro!), dia 8 de Janeiro, no Colégio Barros Barreto


Iniciei uma aventura de uma forma que não gosto. Improvisada. Sou planejador compulsivo, gosto de escrever, planejar, desenhar mapas, criar personagens junto  com os jogadores. Mas os jogadores estavam ali, e eu não tinha nada preparado. Que fazer, então? Divertir-se, oras! Então sentamos, e eu comecei a narrar uma história que já tinha mais ou menos desenhada na minha cabeça, tendo o culto a uma divindade maléfica como centro. Uma história que originalmente era para um conto, que ainda escreverei, mas agora inevitavelmente o conto estará entrelaçado com o que ocorrer na mesa.

Os jogadores, Priscila Cunha, Eldon Cunha, Mateus Soares, Rubem Junior me surpreenderam com a sua empolgação e disposição para o jogo, mesmo nunca tendo jogado RPG antes (Antonio Ramos também estava, não citei porque ele já é veio). Bom, após uma breve introdução, os jogadores descobriram que os seus personagens estavam voltando de uma aventura não tão bem-sucedida, após a qual terminaram sem um tostão nos bolsos, e bastante avariados. Percebi que isso surpreendeu os jogadores, e despertou seu interesse pela história instantaneamente. Provavelmente eles esperavam um começo mais clássico, com os personagens numa boa com suas famílias, numa cena um tanto bucólica que é quebrada por um desastre repentino. Em vez disso, seus personagens já começaram no meio do desastre, tendo nas peles e bolsos as marcas deste, e sem perspectivas de que as coisas iriam melhorar. Então, quando estávamos na metade da aventura, chegou Antonio, que logo encarnou um morador da floresta, e deparou-se com os outros personagens nas proximidades da sua casa, que terminou incendiada. A história descambou para o horror, com direito a cavalos zumbis (Mateus que o diga...), uma vila assolada por seres hediondos, e o culto a uma divindade cósmica malévola, Totazel. No fim das contas, para minha surpresa, todos foram a favor da continuidade da aventura, que com certeza não renderá uma campanha, mas certamente mais duas partes.

Como dito acima, esta aventura surgiu quase do “nada”, e foi ganhando corpo na mesa mesmo, com contribuições (muito boas!) dos jogadores. Portanto, em vez de postar algo sobre a ambientação e os personagens em primeiro lugar (como prefiro), o farei esse fim de semana, após a segunda sessão de jogo. Agradeço a todos que jogaram, e peço desculpas pelo excesso de improviso. Mas, vejam o lado bom, vocês, que nunca haviam jogado RPG, começaram de cara entrando em contato com HP Lovecraf, e com um jogo que, em vez de priorizar as regras, priorizou a narrativa, a criação coletiva, e inevitavelmente, a diversão!

Comentários

  1. Pessoal, faltou dizer que o sistema utilizado foi o +2D6, sistema do Tio Nitro. Perdoem-me, escrevi na pressa!

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